Diversidade e o Orgulho LGBTQIAPN+ são temas de debate no TRE do Pará
O evento online discutiu o tema da diversidade e do respeito às questões de gênero por meio da garantia de direitos da valorização da pessoa nos atendimentos da Justiça Eleitoral.

Junho é o mês em que se celebra o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+ (28/06). Para comemorar a data e marcar as reflexões sobre essas questões, o TRE do Pará realizou na terça-feira (27), por meio da Secretaria de Gestão de Pessoas (SGP), Coordenadoria de Educação e Desenvolvimento (Codes) e Seção de Assistência Medica, Odontológica e Psicossocial (Samos), uma roda de conversa online com o tema "O direito à diversidade e os desafios da comunicação", conduzida pelo psicólogo e advogado, João Jorge Neto.
O evento também contou com o apoio da Comissão de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral e Assédio Sexual e da Discriminação (CEPA) no âmbito do Tribunal.
Para a diretora-geral do TRE do Pará, Nathalie Castro, "esse é um assunto que não se esgota e, de fato, temos a necessidade de saber lidar e tratar as pessoas naturalmente, como elas precisam ser tratadas", destacou.
O secretário de Gestão de Pessoas, Walber Remédios, também prestigiou o momento e frisou que a iniciativa da roda de conversa foi do servidor Bruno Bebeto Brandão.
A mediadora do evento online foi a doutora em Serviço Social e assistente social do TRE, Fernanda Moura. "A decisão de focar nesse tema veio a partir do que ouvimos de servidores no atendimento ao eleitorado, pois o formulário do cadastro eleitoral traz perguntas sobre gênero", explicou.
Ainda de acordo com a assistente social, "essa temática precisa ganhar visibilidade e ser discutida, porque a partir disso vamos avançando na ampliação dos espaços e dos direitos", disse.
Durante o debate, o palestrante trouxe para discussão o Manual de Comunicação LGBTQIAPN+ “Respeitando todas as formas de existir”, elaborado pelo Comitê da Equidade de Gênero e Raça do Tribunal de Justiça de Sergipe (TJSE) que traça um histórico da questão da diversidade e a sociedade das diferentes épocas passando pelo 28 de junho e as manifestações de Stone Wall, em Nova York, que deram origem ao Dia do Orgulho LGBTQIAPN+.
Diversidade e respeito
Jorge também explicou cada letra que compõe a sigla atual no Brasil onde, além das já conhecidas “LGBTQIA”, foram incluídas a letra “P” de pansexual, que é a pessoa atraída por qualquer sexo ou identidade de gênero e o “N” de não-binárias (os) – pessoas que não se classificam nos gêneros binários masculino e feminino.
O sinal de mais (+), explicou o palestrante, é utilizado para incluir outros grupos que as letras anteriores não descrevem.
As letras “L”, “G” e “B” estão mais ligadas à orientação sexual e dizem respeito a quem a pessoa se sente atraída afetivamente. A partir da letra “T” de transgênero, a sigla fala de identidade de gênero e denomina aquelas pessoas que possuem identidade de gênero diferente do sexo designado no nascimento.
Algumas pessoas trans recorrem a tratamentos médicos, que vão da terapia hormonal até a cirurgia de redefinição sexual, que não é obrigatória. “A identidade de gênero é declaratória, logo, apenas a pessoa pode afirmar como ela se sente e enxerga. Cabe a nós aceitar e perguntar o gênero pelo qual ela se identifica”, explicou Neto.
“O problema não está nas letras da sigla, mas em como você olha, trata e respeita as pessoas que saem dos padrões até então estabelecidos pela sociedade. Devemos tentar chegar o mais próximo do que é o humano e isso é um exercício diário”, alertou.
O estagiário da Corregedoria Regional Eleitoral (CRE), Davi Mindello, é homem trans e agradeceu pela iniciativa do Tribunal em realizar o evento, pois “demonstra muito respeito e inclusão por parte do órgão público”.
“Eu agradeço e a palavra principal é respeito porque devemos tratar a todos como gostaríamos de ser tratados e as dúvidas devem ser expostas, pois o processo de aprendizagem é muito necessário”, disse a coordenadora de Educação e Desenvolvimento, Ingrid Agrassar.
Rosana Matos, chefa da Seção de Desenvolvimento Estratégico em Gestão de Pessoas, disse que “precisamos ter mais informação sobre esses temas e o respeito sempre deve ser total”.
A representante da Comissão de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral e Assédio Sexual e da Discriminação no âmbito do Tribunal e chefa de Gabinete da Presidência, Patrícia Saboya, também participou do momento e afirmou que
“um dos objetivos das nossas comissões é combater todas as formas de discriminação. Ainda temos muito que aprender, e o fundamental é o respeito a todas as pessoas”, disse.
“Sou mais que simpatizante da causa e o respeito é a chave para que a gente se comunique bem sempre. Essa roda de conversa foi muito esclarecedora”, afirmou a servidora da Seção de Treinamento e Desenvolvimento (STD), Luciane Tavares.
Origem
O Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+ é comemorado mundialmente no dia 28 de junho em alusão às manifestações conhecidas como Rebelião de Stonewall que duraram cerca de um mês promovidas por frequentadores do bar Stonewall Inn localizado em Nova York.
No dia 28 de junho de 1970, um ano depois das manifestações, foi realizada a primeira marcha do Orgulho Gay em comemoração às primeiras conquistas da então chamada comunidade gay.
Texto: Rodrigo Silva / Ascom TRE do Pará.