TRE Ribeirinho faz homenagem a servidores e colaboradores que atuaram no projeto
A cerimônia de reconhecimento contou com a presença do presidente do TRE do Pará e foi marcada por homenagens, agradecimentos, emoção, além de música e dança regional.
O Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE do Pará) celebrou os resultados do projeto TRE Ribeirinho com a realização de um evento nesta segunda-feira (16), no plenário Antônio Koury.
Realizada durante a gestão 2023-2024, a iniciativa atendeu 477 comunidades quilombolas, indígenas e ribeirinhas, distribuídas por 83 Zonas Eleitorais e 127 municípios paraenses, alcançando mais de 80 mil eleitores, nos quatro cantos do Pará. Uma ação reconhecida e premiada nacional e internacionalmente.
Durante a cerimônia, representantes da atual gestão foram agraciados com o Selo TRE Riberinho. Depois de receber a homenagem, o desembargador Leonam Gondim da Cruz Júnior, presidente do TRE do Pará, entregou o Selo para a diretora-geral, Nathalie Castro, e para o secretário de Tecnologia da Informação, Felipe Brito.
Também receberam o Selo das mãos do desembargador, o assessor jurídico da Corregedoria Regional Eleitoral, Elder Duarte; o secretário de Administração, Judiron Carvalho; o secretário de Gestão de Pessoas, Walber dos Remédios e a assessora de Comunicação Institucional do TRE do Pará, Renata Ferreira.
De acordo com o desembargador Leonam Gondim da Cruz Júnior, o TRE Ribeirinho é uma das ações mais significativas do Regional paraense e representa não apenas um marco para a inclusão eleitoral no estado, mas também o comprometimento de todos que integram a instituição. “Quero enaltecer o trabalho único e obstinado de nossas servidoras e servidores, colaboradoras, colaboradores, dos nossos juízes e juízas que estão fazendo história ao levar os serviços do TRE para os locais mais distantes desse estado”, declarou o presidente.
Na cerimônia de reconhecimento aos servidores e colaboradores envolvidos na iniciativa, a diretora-geral, o secretário de Administração e o secretário de Tecnologia da Informação também entregaram certificados para as pessoas que enfrentaram desafios e obstáculos para levar os serviços da Justiça Eleitoral aos cidadãos das comunidades mais longínquas do Pará.
Reforçando que o atendimento itinerante não é novidade para o servidores e considerando as dimensões continentais da região, a diretora-geral, Nathalie Castro, explica o diferencial do TRE Ribeirinho. “Quando pensamos no projeto, queríamos um atendimento que fosse para indígenas, quilombolas e ribeirinhos e não queríamos atendimento somente nas sedes dos municípios, mas que chegássemos, de fato, aos locais com mais dificuldades para o acesso aos serviços e ao direito de exercer o voto. Então, hoje, a gente reconhece o trabalho das pessoas que contribuíram para transformar esse sonho em realidade”.
O secretário de Tecnologia da Informação, Felipe Brito, informou que a tecnologia utilizada, de forma inédita, foi a comunicação de baixa órbita, inclusive premiada pelo próprio Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que ainda não utilizava o equipamento de banda larga que, por ser pequeno e fácil de transportar, consegue chegar em qualquer localidade. "E isso permitiu celeridade no atendimento. Por exemplo, foi possível levar, em um avião de pequeno porte, três ou quatro servidores e atender mais de mil pessoas em único dia. Então a tríade - tecnologia, processos e pessoas - é uma das marcas do TRE Ribeirinho”, destacou Felipe.
No total, foram 249 agraciados, no evento. E entre servidores e colaboradores de várias unidades do Tribunal, também estava o prefeito de Cametá, município localizado no nordeste do estado. Victor Cassiano representou as 127 prefeituras e câmaras municipais que contribuíram para a realização do projeto com infraestrutura e logística de deslocamento e alojamento, além de vários outros serviços de cidadania oferecidos para as comunidades.
Pelas Zonas Eleitorais, o TRE Ribeirinho contou com a participação fundamental dos chefes de cartórios. Segundo Ricardo Silva Patrício, da 18ª Zona Eleitoral, em Altamira, o maior desafio, na região sudoeste do Pará, foi chegar às comunidades indígenas. “Teve uma vez que nós passamos por um alagado enorme em que a caminhonete ficou quase metade embaixo d’água. E ainda teve um momento em que, apesar de nós termos guias, nós nos perdemos indo para uma das comunidades. Então foi bem desafiador, mas, ao mesmo tempo, foi muito gratificante participar desse projeto”, relatou Ricardo.
O chefe do cartório da 83ª Zona Eleitoral, em Santarém, Roberto Costa, foi um dos coordenadores do TRE Ribeirinho, no oeste paraense. "A nossa região é totalmente diferente de todas porque tem local que a gente pega barco, tem local que a gente vai de lancha e tem local que a gente precisa caminhar carregando os materiais e os equipamentos. E, no percurso, a gente se depara, muitas vezes, com bichos, animais peçonhentos. Então é um trabalho muito desgastante, mas a gente é sempre muito bem tratado pelas comunidades que ficam felizes pelo TRE chegar até elas e a gente fica feliz em atender essas comunidades”.
O mesmo sentimento de gratidão é compartilhado pela servidora Tany Reges, que atuou no projeto na Ilha do Marajó. “O nosso Pará é grandioso com realidades muito diferentes. Então conhecer essa realidade foi de um crescimento excepcional como pessoa e, principalmente, como profissional. Mas a maior recompensa, realmente, foi chegar naquelas localidades com o acesso extremamente difícil, levando cidadania e dignidade”.
Além de homenagens, agradecimentos e emoção, a celebração teve música e dança regional. No hall do plenário, a recepção foi comandada pelo grupo Mano ió & Morena cor de jambo. Os músicos e dançarinos animaram a festa ao som de brega, toadas de boi-bumbá e carimbó. Tudo isso em meio a um cenário com alimentação e objetos usados pelos povos dos rios e da floresta, incluindo canoa, paneiros, frutos, vegetais e até a réplica de uma casa ribeirinha.
Texto: Elissandra Batista / Ascom TRE do Pará.
Imagem: Elaynia Ono e Thales Puget / Ascom do TRE Pará.